27/02/2024
Texto: Carlos A Henriques
O Leitor já imaginou alimentar o seu telemóvel com uma pilha, do tamanho de uma moeda (15x15x5mm), mas com a capacidade de 3.300MWh, o que corresponde, em termos práticos, ao fornecimento continuo de energia ao longo de 50 anos, sem que haja necessidade de recarregamento ou manutenção?
Pois é, essa pilha (bateria) já existe, embora na fase piloto, a qual tem a designação de BV100 (BetaVolt), tendo a mesma sido apresentada no passado dia 8 de Janeiro pela empresa chinesa Betavolt, correspondendo a mesma ao primeiro dispositivo portátil para uso doméstico, cuja energia é gerada a partir da desintegração de um isótopo radioactivo de níquel, o Ni-63, estando a mesma muito à frente, segundo a empresa, do que está a ser feito nos Estados Unidos e na Europa.
Entre as camadas de Níquel-63 são colocadas folhas de um semicondutor de diamante monocristalino, responsável pela conversão de energia atómica em energia eléctrica, com uma espessura de apenas 10µm (10-6m), fornecendo na sua saída 3Volt, o que implica o recurso à ligação de várias unidades em série caso se pretenda alimentar dispositivos que carecem de um potencial superior.
Quando se fala em energia nuclear, a primeira reacção é de alguma preocupação e cuidado que deverá estar na sua utilização, pois a radiação poderá ser muito prejudicial à saúde do utilizador e das pessoas que o circunda, contudo a Betavolt já veio a terreiro afirmar que:
“A bateria é absolutamente segura, podendo a mesma ser usada em hospitais, assim como em pacemakers e corações artificiais”.
Constituição da Bateria Atómica BV100
Passou a ser comum, na chamada engenharia espacial, o recurso a baterias do tipo termonucleares, contudo, com o arranque em breve da produção em série da BV100, tudo leva a crer que a curto prazo o recurso a pilhas (baterias) nucleares passará a ser trivial.
A Betavolt declarou, também, que o potencial destas pilhas (baterias) é muito elevado e ambicioso ao ponto de:
“Se as políticas permitirem, estas pilhas (baterias) poderão evitar a necessidade de carregamento de um telemóvel ao longo de toda a sua vida, assim com os actuais drones, que apresentam uma autonomia de 15 minutos, possam voar eternamente. A sua aplicação a automóveis eléctricos vai alterar profundamente o conceito actualmente existente sobre os mesmos, face à autonomia que estes vão passar a dispôr”.
Relativamente à afirmação anterior há que ter em atenção três aspectos, a saber:
Aguardemos!!!!!!
O Diamante na base da conversão energética