A REVOLUÇÃO DO DIGITAL
06/02/2024
Texto: Carlos A Henriques
Face à evolução dos ecrãs de Televisão, assim como dos Computadores, Telemóveis, Relógios de Pulso e demais equipamento, achamos por bem abordarmos o tema em título ao longo de alguns Artigos, pois o esclarecimento sobre as várias tecnologias empregues, assim como a própria evolução destas, a tal nos vai conduzir.
Então, quais são as tecnologias que mais se têm destacado ao longo do século XXI?
A evolução até 2013
Para uma resposta cabal à pergunta formulada, vamos fazer, de imediato, a listagem das tecnologias desenvolvidas dentro desta área, não esquecendo, como é óbvio, do precursor de todo este mundo maravilhoso da reprodução electrónica de imagem, ou seja, do Tubo de Raios Catódicos (TRC/CRT).
Façamos, então, a listagem dos temas a abordar:
No arranque vamos fazer incidir a nossa atenção, como não podia deixar de ser, na tecnologia que nos permitiu visionar as primeiras imagens televisivas, ou seja, a do Tubo de Raios Catódicos (TRC/CRT), assim como as apresentadas nos monitores de vídeo, nos osciloscópios e nos computadores, tendo sido feita a sua utilização durante mais de 5 décadas, o que não deixa de ser notável face ao tempo de “vida” das tecnologias que a tornaram obsoleta.
Tubo de Raios Catódicos (TRC/CRT)
A tecnologia dos Tubos de Raios Catódicos/Cathode Ray Tube (TRC/CRT), também conhecida por Tecnologia dos Cinescópios, por estranho que pareça foi inventada em 1897 pelo físico alemão Karl Ferdinand Braun.
A primeira imagem de vídeo reproduzida só se deu em 1907 graças às experiências levadas a efeito pelo cientista russo Boris Rosing, contudo o primeiro televisor comercial só em 1937 é que viu a luz de dia, graças à acção dos cientistas e técnicos da firma alemã Telefunken.
Em termos muito gerais, um CRT/CRT é constituído por uma ampola de vidro onde se faz o vazio e se introduz um canhão electrónico no qual é produzido um feixe de electrões, cuja carga negativa é atraída pelo ecrã onde se aplica uma elevada voltagem positiva (25/35KV).
Para que o feixe electrónico possa varrer (reproduzir) no ecrã uma imagem este é revestido de material fluorescente, ou seja, por uma superfície que ao ser bombardeada por electrões emite LUZ. O sistema carece, ainda, de um sistema electromagnético, nalguns casos, ou electrostático, noutros, para que o Feixe Electrónico aterre ponto-a-ponto e linha-a-linha no ecrã, local onde a imagem se vai formar
Diagrama esquemático de um TRC/CRT a Preto-e-Branco
Reproduzimos abaixo um cinescópio real de um televisor a preto-e-branco, onde se faz o destaque do canhão electrónico, do Yoke, ou seja, do conjunto de bobinas deflectoras horizontais e verticais, e, ainda, do ecrã.
Tubo de Raios Catódicos de um Televisor (TRC/CRT)
O TRC(CRT é aplicado numa caixa, normalmente de madeira ou matéria plástica, local onde se faz a associação à electrónica empregue na descodificação do sinal RF recebido, sendo o sinal de vídeo resultante aplicado ao canhão electrónico, cujo nível vai tornar o Feixe Electrónico mais ou menos intenso, produzindo este mais ou menos LUZ no ponto de aterragem no ecrã.
Televisor Anos 60’ com Tubo de Raios Catódicos
O desenvolvimento dos computadores, em especial os de índole pessoal, levaram ao desenvolvimento de sofisticados TRC/CRT cada vez mais leves e de qualidade muito elevada, tendo sido os Personal Computer (PC’s) da IBM os principais responsáveis pelo salto alcançado.
O TRC/CRT usado como ecrã nos computadores primitivos
A Televisão a Cores
Com o arranque oficial da Televisão a Cores, a partir de 1953, a filosofia de exploração das imagens num Tubo de Raios Catódicos sofreu uma profunda alteração, embora os componentes básicos se tenham mantido, mas com a adaptação necessária que se impunha.
No lugar da produção de um feixe electrónico passou a ser preciso a produção de três (3), sendo cada um responsável pelo varrimento da respectiva cor primária, que o mesmo é dizer, um feixe electrónico com uma intensidade proporcional à componente Vermelha (R) recebida, outro para a componente Verde (G) e o terceiro para a cor Azul (B).
Tubo de Raios Catódicos RGB
Esta filosofia de reprodução de imagens a cores fica a dever-se ao sistema de Mistura Aditiva, a adoptada na Televisão e no Cinema Digital, que o mesmo é dizer, o processo utilizado tem a ver com a mistura de luzes e não de pigmentos como acontece na Mistura Subtractiva.
Mistura Aditiva de Cores
Deste modo, o ecrã dos televisores passou a ser constituído por tríades de fósforos luminescentes, cuja activação através do respectivo feixe electrónico irá produzir a luz pretendida, como, por exemplo:
R+G+B=W
R+G= Ye
R+B=Mg
B+G=Cy
Tríades de fósforos emissores de LUZ