A edição 2010 da NAB foi, segundo o nosso ponto de vista, o arranque irreversível da Televisão 3D, e isto, devido, não só ao sucesso recente de transmissões várias em todo o Globo, mas também porque os fabricantes de equipamento viram, nesta tecnologia emergente, um filão de negócio que irá, até certo ponto ajudá-los à saída da crise.
A Sony proporcionou à nossa delegação, numa sala em privado, uma perspectiva, a curto prazo, do seu envolvimento na Televisão estereoscópica, desde o desenvolvimento de uma unidade que permite, câmara-a-câmara, o ajuste automático de vários parâmetros a serem considerados para que o resultado final seja mais de acordo com as novas regras que o 3D obriga, assim como um sistema revolucionário de captação que recorre a 3 câmaras e não a duas para a obtenção das imagens finais.
Por exemplo, na cobertura de um jogo de futebol as 3 câmaras fazem a cobertura total de um determinado espaço, a que se segue o processamento das 3 imagens através de um algoritmo desenvolvido para tal fim.
O resultado?
Só vendo, pois com palavras, por muito elaboradas que sejam, não se consegue reproduzir o que os olhos observaram.
Há ainda a considerar o televisor/monitor OLED que a Sony irá comercializar em breve, cuja imagem, em termos de qualidade, ultrapassa tudo o que o caro leitor alguma vez viu.
Infelizmente as fotografias não reproduzem a realidade observada, pelo que optamos pela sua não publicação.
O novo televisor Bravia 3D, a lançar no mercado mundial no início de Junho, foi também um dos contemplados, sendo a qualidade da imagem surpreendente.
A TV Logic apresentou, também, um monitor OLED para ser usado em locais em que se carece ter um percepção o mais real possível do que se está a ver. Contudo, achamos a sua qualidade ligeiramente inferior ao monitor OLED da Sony.
O “Content Theatre” apresentou, nesta edição, pequenas pérolas da produção cinematográfica e televisiva, mas face à enormidade do evento NAB, com 1.500 “stands” de exposição de equipamento para visitar e mais de 500 conferências, seminários, “workshops”, palestras é impossível, pelas leias da física, estar simultaneamente em 5 ou 10 locais diferentes e à mesma hora, pelo tivemos que fazer algumas opções.
Porém, estivemos presentes em algumas palestras/debate como foi o caso da discussão à volta da produção do filme “Alice no Pais das Maravilhas” em que os responsáveis explicaram a razão que os levou a filmarem os actores em película de 35mm, em 2D, em vez de usarem câmaras digitais 3D.
Apenas as imagens dos cenários, produzidas em computador por duas equipas, uma em Londres e outra em Los Angels, cada uma constituída por cerca de 14 elementos, tinham a característica 3D.
As imagens da película, após digitalização, foram submetidas a tratamento e à sua incrustação nos respectivos “backgrounds”.
Uma outra presença neste “Content Theatre”, foi a do CEO da “DreamWorks Animation”, Jeffrey Katzenberg, o qual respondeu às múltiplas perguntas do entrevistador e do público presente sobre o tema 3D, tanto no Cinema como Televisão, tendo considerado ser irreversível e até desejável este “novo” modo de contar histórias.
A grande desilusão da tarde foi a falta de presença do mais famoso cientista da actualidade, na palestra que iria encerrar as actividades daquele espaço, com a designação “Into the Universe with Stephen Hawking”.
No seu lugar, marcou presença a Produtora Executiva Susan Winslow, do “Discovery Channel”, a qual acompanhou todo o trabalho em forma de Documentário, da visão do cientista sobre o Mudo que nos rodeia e do modo como a equipa de televisão tratou do tema, tendo afirmado:
“Esta é a única e inconcebível colaboração entre a arte e a ciência, correspondendo a um novo “standard” para a indústria televisiva”.